Um local de encontro, um local para confluência e fluência, um local de dinamismo.Um tema a ser debatido. Debate de de-bater, de des-bravar, de des-natar, de de-saguar, de des-complicar, de des-complexar, de des-multiplicar, de des-contextualizar, de des- interesse, de des-centralizar, de des-cobrir, de des-bater, de embater, de doer!
Momentos que se querem de partilha, feitos vontades e curiosidades. Recreio de vertigens, de dados que se lançam para suspeitar, concordar, negar, desmistificar, rejuvesnescer e desbundar, num grémio de assuntos mais ou menos banais.Uma abertura que se quer comum, num espaço comum, com gente comum, em ambiente naturalmente tertuliano.


A meeting place, a place for confluence and fluence, a dynamic place.
A theme to be debated.Debate, clear, unravel, complicate, complexify, multiply, de-contextualize, de-centralize, crash, bang all things that interest you.

Moments of sharing, of wills and curiosities. Playgound of vertigo , where dards are sent to suspect, to agree, to deny, to desmistify, to rejuvenate and enjoy, in a collage of banal subjects.
A common openess, in a comom space, with common people, in a naturally tertullian environment.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Notas à volta do tempo e de um corpo temporal que nele se inscreve

Para aqueles que não puderam estar presentes, e também para que perdurem no tempo alguns rastos destes momentos de conversa, fica aqui uma perspectiva de alguns pontos que foram tratados.

Partindo da palavra contemporâneo, ela deriva necessariamente em várias definições possíveis: contemporâneo, como relativo ao tempo actual, contemporâneo como o seguimento do pós-modernismo, contemporâneo, como aquilo que dá presença ao presente, segundo a definição do José Gil. Mas o que é em termos concretos uma peça contemporânea? Alguém sugeriu que são aquelas que ainda deixam questões no ar, aquelas que ainda não estão encerradas numa compreensão. E peças do passado que ainda sejam contemporâneas, elas existem? Estava difícil a resposta... Pensando no exemplo de “Parades and Changes”, de Anne Collod, ela contém, de facto, várias questões que são ainda pertinentes hoje, mas podemos dizer que é realmente uma peça contemporânea? Pegando noutro exemplo, o urinol de Marcel Duchamp, foi apontada a hipótese de termos uma peça, com um conceito contemporâneo, no sentido de que é ainda hoje usado como exploração em trabalhos de tantos autores, mas cuja materialização é necessariamente datada, pertence a um determinado contexto específico. Fica esta pergunta no ar, para a colocarmos ao José Gil, quando surgir a oportunidade...

Depois falámos um pouco sobre este tempo contemporâneo, o que lhe é particular. Referiu -se a perda do contacto experiencial com a “coisa” real, que é substituída pelas suas representações. Este over-loaded de imagens resulta numa perda da intensidade de cada uma delas, tornando-as planas, com o mesmo valor. Por exemplo, aparecem nos mesmos os planos (televisão, cartazes publicitários, internet, etc.) e com a mesma facilidade, uma mulher de lingerie, ou uma pessoa sem um braço a morrer à fome. E isto conduz a uma da perda da capacidade de hierarquização e sentido de relevância. Foi referido que esta abundância de imagens em planos ou meios que se tornam cada vez mais fortes ao nível da manipulação de grandes massas populacionais, geram também uma concentração do espaço, no sentido de termos acesso da mesma forma a uma coisa que acontece a uma distância de 100 metros ou do outro lado do planeta. Como me relacionar com tudo isto? Como me posicionar a mim próprio no mundo de hoje em dia? Pensou-se que, por um lado, a exclusão e isolamento em relação a estas novas realidades levaría a uma perda da conexão com o mundo como ele existe e é agora. Por outro, a absorção da quantidade exacerbada de informação que nos chega pode levar facilmente a uma sensação de estar perdido e dispersão. Focou-se ser necessário conhecer estes meios e a informação que neles circula, para me posicionar em relação a eles e enquanto indivíduo social.
Aqui surge a pergunta: como é o corpo que lida com todos estes factores? Qual é o corpo deste tempo actual? falou-se de um corpo actualizado, falou-se que um corpo perfeito é também um corpo monstruoso, porque anti-natural e impessoal. (...)

Este é o tema que propomos para a próxima tertúlia: uma continuação da discussão dos temas lançados pelo José Gil, nomeadamente o corpo e suas representações na Modernidade, e na época actual; e as questões de género.


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